Sendo o processo de modernização brasileira invariavelmente controverso e difuso, porquanto a ideia de modernidade se faz necessariamente ambígua, na falta de maior precisão histórica, elege-se como marco a Semana da Arte Moderna, cujo centenário exige revisão, tal como tem sido feito largamente. Sem ignorar a relevância que o marco adquiriu para nossa historiografia, importa destacar outras vozes anteriores ou posteriores ao evento sediado no Teatro Municipal de São Paulo, para repensar em amplo espectro a consolidação de autores e obras, relegados a um plano secundário e que, mesmo quando considerados em determinado momento, acabaram por ser preteridos como se portadores de discursos ilegítimos. O dossiê aqui proposto, em compasso com a materialidade histórica das obras, deverá contemplar expressões que, por suas peculiaridades autorais, pelas tendências de leitura vigentes no momento de sua publicação, pela repercussão das figuras autorais, ou mesmo por motivos indefiníveis, não ressoam hoje como manifestações valoradas, como se a sua repercussão fosse indevida ou simplesmente não se devesse gravar como registros literários. São os preteridos, esfumados ou obscurecidos da literatura brasileira, os quais, apesar de não constarem hoje como referências incontornáveis, solicitam reexame, o que implica repensar que parâmetros devem guiar a leitura das obras modernas e dimensionar em perspectiva os posicionamentos que têm animado a recepção de nossa própria literatura.
Organizadores: Profª Drª Elaine Cristina Cintra (UFPB) e Prof. Dr. Éverton Barbosa Correia (UERJ)
Publicação da chamada: 04/04/2022
Período para submissões: de 04/04 a 15/07/2022
Publicação: 15 de outubro de 2022.
https://periodicos.ufpb.br/index.php/graphos/announcement/view/736
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