Organizadoras: Alice de Carvalho Lino (UFR), Debora Pazetto (UDESC), Marta Martins (UDESC)

Atravessamos um momento de crises políticas, sociais, ambientais e econômicas agudas, no qual se torna evidente que o território mais pantanoso conquistado pelo tecnocapitalismo é o nosso desejo. Não apenas o país, mas os corpos foram e são sistematicamente colonizados. Muitas vezes, parece que estamos perdendo a capacidade de imaginar que as coisas podem ser diferentes; de desejar outras formas de existência e coexistência; de construir projetos viáveis de sociedade; de acreditar na potência da ação política coletiva. Por outro lado, as vozes dissidentes de povos ou grupos que sempre resistiram bravamente nas margens do capital começam a conquistar mais espaços. Como a produção e a pesquisa artísticas têm aprendido com as práticas de resiliência, drible e luta dos povos da floresta, dos quilombolas, dos movimentos populares nas ocupações urbanas, das feministas comunitárias de Abya Yala, dos zapatistas, dos movimentos LGBTQ+, entre outros? Uma das primeiras coisas que essas vozes múltiplas ensinam diz respeito à importância de alimentar “outro lugar que a gente pode habitar além dessa terra dura: o lugar do sonho”, como diz Ailton Krenak. Sonhar, não como fantasia individual, mas como método coletivo para disputar estética, teórica e politicamente pelos territórios materiais e simbólicos da imaginação e da produção de mundo. Como a arte entra nessa disputa pela libertação dos corpos e subjetividades capturados pelo sistema que os oprime e criminaliza suas diferenças?

Data limite para submissão: 30/05/2022

https://www.revistas.udesc.br/index.php/palindromo/announcement/view/419


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