A artista visual e pesquisadora amazonense, Khetllen Costa, conquistou o Prêmio Capes de Tese 2023, na categoria Artes Visuais.
Khetllen, manauara, 32 anos, é licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), é egressa do Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes pela Universidade do Estado do Amazonas (PPGLA-UEA) e doutora em Artes Visuais pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais, da Universidade do Estado de Santa Catarina (PPGAV-UDES). O prêmio nacional é o maior destinado à pós-graduação brasileira.
Segundo a Capes o prêmio “(…) reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com os seguintes critérios: originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato”.
Khetllen defendeu a tese intitulada Ressonâncias de afetos: raízes afroindígenas retratadas, no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), sob orientação da Profa. Dra. Silvana Barbosa Macedo, em julho de 2022. A tese conta como a artista e pesquisadora se descobriu uma mulher de ancestralidade afroindígena no desenvolvimento de sua pesquisa no doutorado.
Khetllen mostrou o processo de apagamento das identidades das mulheres indígenas e negras dos acervos públicos de Manaus. Segundo a pesquisadora “Os nomes dessas mulheres jamais aparecem nos arquivos desses espaços. As mulheres indígenas, algumas vezes, eram identificadas apenas com o nome de suas etnias”.
Além da pesquisa teórica, envolvendo o estudo histórico e cultural dessas imagens, as fotografias dessas mulheres receberam de Khetllen Costa uma versão poética com a criação de em oito livros de artista: Percorrer, Ascendentes, Anonimadas, Existências Líquidas, Diaspóricas, Submersas, Matrizeiras e Alumiadas.
Khetllen Costa menciona que, ao se deparar com essas mulheres sem nome dos acervos, percebeu que as identidades étnicas de suas avós também haviam sido apagadas. Além disso, quase não há fotografias delas. Sua origem negra e indígena também havia sido apagada pela violência colonial que por séculos as oprimiu e desqualificou.
Assim, o trabalho da neta artista, se propõe a tornar visíveis todas essas mulheres a partir do que é possível contar sobre suas histórias. Para isso, ela usa diferentes técnicas.
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